A Festa da Transfiguração do Senhor, celebrada em 6 de agosto, é uma das mais belas solenidades da Igreja Católica. Nela, recordamos o momento em que Jesus, no alto do Monte Tabor, revelou Sua glória divina a três de seus apóstolos: Pedro, Tiago e João. Este episódio, narrado nos evangelhos sinóticos (Mateus 17,1-9; Marcos 9,2-10; Lucas 9,28-36), é muito mais que uma manifestação gloriosa — é um convite à conversão e à escuta atenta do Filho amado do Pai.
A luz que revela o divino
Durante a Transfiguração, o rosto de Jesus brilhou como o sol, e suas vestes tornaram-se resplandecentes. Moisés e Elias apareceram ao seu lado, representando a Lei e os Profetas, confirmando que Jesus é o cumprimento das promessas do Antigo Testamento. Essa manifestação luminosa antecipa a glória da Ressurreição e fortalece os discípulos para enfrentarem a paixão de Cristo, que logo viria.
Um chamado à escuta e à fé
A voz do Pai ressoou do céu dizendo: "Este é o meu Filho amado, escutai-o!" (Mc 9,7). Essa ordem continua atual para todos nós. Em meio às vozes do mundo, somos convidados a ouvir e seguir Jesus, luz verdadeira que ilumina nossos caminhos e transforma nossa visão da realidade.
A importância litúrgica e espiritual da festa
Instituída oficialmente pelo Papa Calisto III em 1457, após a vitória dos cristãos na Batalha de Belgrado, a festa da Transfiguração já era celebrada no Oriente desde o século V. Liturgicamente, ela nos convida a contemplar a glória futura prometida aos que permanecem fiéis a Cristo. Espiritualmente, é um momento propício para renovar a fé e buscar a conversão, deixando-nos transformar pela graça divina.
Transfiguração: uma experiência que nos alcança hoje
Assim como os apóstolos, somos chamados a subir ao “monte” da oração e da intimidade com Deus. Só ali podemos experimentar a verdadeira transfiguração: a mudança interior que nos conforma cada vez mais com Cristo. Que esta festa nos inspire a buscar a santidade e a viver com os olhos fixos na glória do Ressuscitado.