A luz do Evangelho em terras orientais
No dia 20 de setembro, a Igreja celebra com alegria e reverência a memória de Santos André Kim Taegon, presbítero, Paulo Chong Hasang e seus companheiros mártires. Esses santos coreanos foram testemunhas vivas da beleza missionária da Igreja, oferecendo suas vidas em nome da fé católica no século XIX, durante um período de intensa perseguição.
Evangelização nascida do coração leigo
Diferente de outras nações evangelizadas por missionários estrangeiros, na Coreia, o Cristianismo nasceu do impulso de leigos que, ao entrarem em contato com escritos cristãos vindos da China, sentiram-se tocados pela verdade do Evangelho. Essa sede de Deus os levou à fundação de comunidades católicas vibrantes, mesmo sem a presença de padres.
Entre os leigos, Paulo Chong Hasang destacou-se como exemplo de liderança, dedicação e coragem. Já André Kim Taegon, filho de mártires, foi o primeiro sacerdote coreano, ordenado fora de sua terra natal e que voltou para anunciar o Evangelho, mesmo sob ameaça de morte.
Fé vivida até o martírio
A Coreia vivia um período de forte isolamento e rejeição a influências ocidentais. O catolicismo era visto como ameaça ao sistema tradicional, sendo brutalmente reprimido. Milhares de cristãos foram presos, torturados e mortos por se recusarem a renunciar à fé em Cristo.
Contudo, a fidelidade desses mártires mostra que a fé verdadeira ultrapassa barreiras culturais e políticas. Eles sabiam que podiam morrer, mas preferiram a eternidade com Deus a uma vida sem Cristo.
A beleza missionária da Igreja: fruto do sangue dos mártires
O testemunho dos Mártires Coreanos nos revela que a Igreja é, por natureza, missionária, e que esse chamado à missão não se restringe ao clero. Leigos, jovens, idosos, pais e mães de família entregaram suas vidas em um gesto profundo de amor a Deus.
Hoje, a Coreia do Sul é uma das nações onde o catolicismo mais cresce. Isso é fruto direto da semente lançada com o sangue dos mártires, como ensina Jesus: “Se o grão de trigo não morre, fica só; mas se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24).
Exemplo para a Igreja de hoje
Celebrar esta festa litúrgica é recordar que todos somos chamados a ser missionários, testemunhando o Evangelho com palavras e ações. Que o exemplo de Santos André Kim Taegon, Paulo Chong Hasang e seus companheiros renove em nós a esperança, a fidelidade e o ardor missionário.