São João Crisóstomo e o Mistério dos Anjos Celestes

São João Crisóstomo, um dos grandes Doutores da Igreja, é venerado não apenas por sua eloquência incomparável — que lhe rendeu o nome “Crisóstomo”, ou “boca de ouro” — mas também por sua profunda espiritualidade e clareza doutrinal. Sua festa litúrgica é celebrada em 13 de setembro no calendário romano, sendo um dia especial para meditar sobre a importância da Palavra e da santidade na vida cristã.

Entre seus muitos escritos, destacam-se as homilias nas quais ele aborda a realidade dos anjos. Para João Crisóstomo, os anjos não são apenas seres distantes, mas presentes e ativos no mundo, especialmente na liturgia e na vida da Igreja. Ele afirmou:
“Não estás vendo que toda essa casa está cheia de miríades de anjos? [...] Estamos cercados de anjos, e os anjos são nossos amigos.”

Essa citação, tirada de uma de suas homilias sobre a Eucaristia, revela a profunda reverência que ele tinha pelos anjos, especialmente durante a celebração do Santo Sacrifício. Para ele, os anjos se unem aos fiéis na adoração a Deus, tornando cada Missa uma experiência celeste. Essa visão não apenas exalta a dignidade da liturgia, mas também reforça a importância da pureza de coração para participar dignamente desses mistérios.

Além disso, São João Crisóstomo ensina que os anjos são protetores e guias dados por Deus. Ele comenta:
“A cada fiel é designado um anjo como guardião, para que ele o proteja e o ajude.”
Essa verdade, confirmada também por outras tradições da Igreja, lembra-nos da presença constante do cuidado divino por meio de Seus mensageiros celestiais.

Crisóstomo também alertava os cristãos sobre a necessidade de imitar os anjos em pureza, obediência e louvor contínuo a Deus. Ele via nos anjos um modelo para a vida cristã: seres totalmente voltados para o Senhor, sem distrações mundanas.

Sua doutrina continua atual, especialmente em um tempo em que tantos esquecem da realidade espiritual. Redescobrir os escritos de São João Crisóstomo sobre os anjos é reencontrar uma espiritualidade mais elevada, que une céu e terra, corpo e alma, fé e razão.

Neste 13 de setembro, ao celebrarmos sua memória, peçamos a sua intercessão para que sejamos, como ele, apaixonados pela verdade do Evangelho e conscientes da presença dos anjos em nossa caminhada.